Este site tem como objectivo a divulgação dos dados que constam dos censos populacionais realizados em Portugal entre 1864 e 2011, (e que se encontram disponíveis no "site" do Instituto Nacional de Estatística), relativos à evolução da população do distrito de Viseu, e dos concelhos que dele fazem parte, traduzidos de uma forma sistematizada através de quadros e gráficos de fácil leitura.
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Para uma melhor compreensão dos gráficos que irão constar deste trabalho julgo de interesse adiantar alguns considerandos de índole geral sobre a evolução da população portuguesa que, de uma forma ou outra, tiveram reflexos na evolução da população deste concelho.
Entre 1900 e 1911 - o País regista elevadas taxas de natalidade (+/- 30%) e de mortalidade (+/- 20%); a idade média da população ronda os 27 anos; aumento progressivo da vaga migratória, que tem como destino principal o Brasil; a 1 de Abril de 1911 é introduzido o registo obrigatório dos nascimentos para efeitos estatísticos que, até esta data, assentavam no registo dos baptismos.
Entre 1911 e 1920 - aumenta a emigração para o Brasil até 1913; crise económica resultante da 1ª Grande Guerra; redução da emigração durante o conflito 1914-18; peste pneumónica que vitima em 1918 cerca de 60.000 portugueses, sendo grande parte deles crianças recém-nascidas e idosos.
Entre 1920 e 1950 – retoma do fluxo migratório para o Brasil até 1930; posterior redução da emigração em resultado da crise económica dos anos 30 e dos entraves levantados por alguns países; esperança média de vida ronda os 40 anos; eclosão da 2ª Grande Guerra; paralisação dos transportes marítimos durante este conflito; diminuição acentuada da mortalidade, mantendo-se a natalidade a níveis bastante elevados
Entre 1950 e 1970 – alteração do destino da emigração, que se passa a fazer primordialmente para França e para as colónias portuguesas de África; eclosão das guerras coloniais em 1961, o que contribui para o forte aumento da emigração clandestina para França; a alteração de hábitos na sociedade portuguesa, designadamente da população feminina; migração de parte da população mais jovem do interior para o litoral do País; diminuição acentuada da taxa de mortalidade, embora a ritmo inferior ao verificado anteriormente; declínio acentuado da taxa de natalidade.
Entre 1970 e 1981 – crise petrolífera de 1973, com redução da emigração para os países europeus; acentua-se a tendência para a baixa das taxas de natalidade e de mortalidade; efeitos da descolonização, com a vinda para o Continente de cerca de 600.000 residentes das ex-colónias; chegada de imigrantes provenientes do PALOP e Brasil; melhoria das condições higio-sanitárias nas regiões do interior; atribuição de reformas aos habitantes mais idosos; aumento da esperança média de vida.
Entre 1981 e 2011 – número de casamentos em queda e cada vez mais tardios; restabelecimento do equilíbrio entre as taxas de natalidade e de mortalidade, mas agora a níveis baixos e muito próximos; aumento do número de imigrantes, designdamente do leste europeu e dos Palop, que passam a representar cerca de 4% da população residente em Portugal; crise financeira de 2008 com as consequentes restrições económicas; aumento da emigração para os países europeus, que afecta principalmente a população jovem.
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Para além deste factores de nível geral, há que levar em consideração os designados factores regionais ou locais que podem influenciar a forma como a população de uma determinada região evolui, o que leva a que, no mesmo período de tempo, encontremos resultados diferenciados, seja de freguesia para freguesia, de concelho para concelho ou de distrito para distrito.
Tais factores poderão ser de índole económica, educacional ou cultural, com reflexos, por ex., nas taxas de natalidade, de mortalidade, de emigração ou de imigração.